domingo, 31 de maio de 2009

Right Time for a killer Blues



two bottles of wine
and a hot mama by my side
thats all i need, boy
for a killer blues time



Continue, se quiser...

sábado, 30 de maio de 2009

Pra Falar a Verdade...

Tocavam todos os clássicos. Só clássicos de Rock. As garotas, com as cervejinhas em mãos, adoravam. Tocar exaustivamente sempre as mesmas músicas era um glorioso sacrifício para aquele bando de macacos bêbados. Prostituição plena. Sucesso garantido. Tudo o que queriam. Por noites sentiam-se os maiorais, astros, deuses. Oras, qualquer um, tendo oitenta outros cantando junto, cairia na decadente hipocrisia de ser achar um deus. Deus de um tanto de babacas.

Entretenimento delicioso era o vocalista. Bêbado. Tentando parecer que entregava muito mais que a própria alma para a música, acabava nos oferecendo de bandeja um tremendo paspalho. Pulava, caia, babava. Tudo isso, em um espaço minúsculo, que não cabia nem ele mesmo deitado. Meu Deus, que macaco mais bem treinado esse! Ainda, piorando, berrava frases sem sentido “Aí Marquinho, você é o cara!”. O Marquinho era um gordo tosco. Mas aposto que tinha um bom coração, e no final das contas, é isso que importa, não é mesmo? Tinha uma outra fala hilária “A gente [referência à banda] não seria nada sem vocês”. Coitados.

O resto da banda não ajudava, mas eram corajosos. Faziam caras e bocas e poses “nos estamos mandando brasa”. Eram bons músicos.

Eram bons músicos! Eram boas pessoas, tocavam com perfeição e mereciam todas as carícias das moças bem apessoadas na platéia. E as músicas eram realmente empolgantes. Não eram prostitutas. Mereciam aplausos. Pra falar a verdade, é uma merda aplaudir quem pode comer todas as garotas depois do show.

domingo, 24 de maio de 2009

Clarice Lispector E Tom Jobim entrevistam-se cosmicamente. MÚSICA , MORTE , VIVAS


Trecho retirado da biografia Antônio Carlos Jobim, escrita por Sérgio Cabral.

Ao abrir a entrevista, Clarice lembrou que já conhecia Tom há muito tempo: fora seu padrinho no lançamento do livro Maçã no escuro, no primeiro Festival de Escritores. “Ele segurava o livro e perguntava: ‘Quem compra? Quem quer comprar?’. Agora, ele chega bonito, simpático, com um ar puro maigré lui, com os cabelos um pouco caídos na testa. Um uísque na mesa e começamos a entrevista”. Sendo Clarice Lispector uma romancista especializada nas incursões ao interior da alma, abriu a entrevista querendo saber as relações de Tom Jobim com a morte. “A morte não existe, Clarice. Tive uma [uma com h: huma] experiência que me revelou isto. Assim como não existe o eu nem o euzinho nem o euzão. Fora essa experiência que não vou contar, temo a morte 24 horas por dia. A morte do eu, te juro, Clarice, porque eu vi.”A escritora lembrou a frase de Bernard Berensen que ilustrou um dos seus livros: “Uma vida completa talvez não seja aquela que termine em tal identificação com o não-eu que não resta um eu para morrer.” Comentário de Tom: “Isso é muito bonito, é o despojamento. Caí numa armadilha porque, sem o eu, eu me neguei. Se nós negamos qualquer passagem de um eu para o outro, o que significa reencarnação, então o estamos negando.” Clarice: “Não estou entendendo nada do que estamos falando, mas faz sentido. O que é que você acha do fato da liderança do mundo estar hoje nas mãos dos estudantes?” (1968 foi o ano da revolta estudantil de Paris e de inúmeras manifestações de estudantes no Brasil, inclusive “a marcha dos 100 mil”.). Tom: “Acho que não podia ser de outra forma. E que venham os estudantes. Vladimir [Palmeira, líder estudantil] sabe disso. ”Quando Clarice Lispector propôs conversarem sobre o confronto arte versus sociedade de consumo, Tom respondeu: “Viva Oscar Niemeyer! Viva Vila-Lobos! Viva Clarice Lispector! Viva Antônio Carlos Jobim! A nossa, Clarice, é a arte da denúncia. Tenho sinfonias e músicas de câmera que não vêm à tona. A criação musical em mim é compulsória. Os anseios de liberdade nela se manifestam.” Clarice: “Liberdade externa ou interna?” Tom: “ A liberdade total. Se como homem fui um pequeno-burguês adaptado, como artista me vinguei nas amplidões do amor. Você desculpe, eu não quero mais uísque por causa da minha voracidade. Tenho é que beber cerveja porque ela locupleta os grandes vazios da alma. Ou pelo menos impede a embriaguez súbita. Gosto de beber só de vez em quando. Gosto de tomar cerveja, mas de estar bêbado não gosto.” Clarice: “Como é que você sente que vai nascer uma canção?” Tom: “As dores do parto são terríveis. Bater com a cabeça na parede, angústia, o desnecessário do necessário são os sintomas de uma nova música nascendo. Gosto mais de uma música quanto menos mexo nela. Qualquer resquício de savoir-faire me apavora. Gosto de colaborar com quem amo: Vinícius, Chico Buarque, João Gilberto, Newton Mendonça e Dolores Duran.”

terça-feira, 19 de maio de 2009

O próximo POST será sobre música (resenha/conto), ECA!



Quando o coração é dominado pela paixão e seus olhos só buscam enterrar-se nos seios pretendidos, não há nada. Nada mesmo. Que possa impedir os tais libidinais desejos humanos. Rosas, bombons vaginais e pouca roupa. É isso que você precisa.

Beijos e Abraços...

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Montamos Complexos Pianos Eletrônicos. Ainda Temos Neuroses Comunicativas.




Maldito ato falho peculiar psicoproblemático. Acidente infiel, barbaridade indecente. Ainda bem! Você está falando, o que é para ser falado, proclamando, conquistando, profetizando. Mas é aí que o estardalhaço toma forma – uma muito feia. Alguém gesticula os primeiros músculos labiais para te interromper, por um gracejo de probabilidade divina, ela percebe o ato infeliz e pára, som algum sai da ex-boca ex-aliada. O estrago já foi feito, você percebeu a onda da digníssima a sua frente e se calou. MUDO! Mudo estou eu...


Simples movimento facial e tamanha merda.