sexta-feira, 31 de julho de 2009

Ai Chico...


Todas as mulheres querem dar para Chico Buarque...

O amante dos sonhos de qualquer alma feminina. Seja para uma jovem adolescente em fogo descobrindo Chico e os primeiros passos do amor carnal, ou uma viúva que tenha perdido o marido velho e gordo e agora deseja perder-se em uma vida libidinal e com sentido. As casadas também o querem, fariam com ele travessuras inimagináveis. E as vagabundas, bem, essas aí, querem todo mundo.

Chico, após beber algumas taças de vinho e lançar doces palavras em seu ouvido, com os olhos azuis pregados aos seus, a convidaria para ir à sua residência em Paris, escutar um pouco de MPB. Você, já molhadinha de expectativas, aceitaria, dando uma risada, exclamando bem gostoso e sensualmente “Ai Chico! Só você mesmo!” ou então “Ai Chico! Pare de brincadeiras bobas. Eu ir na sua casa! Imagine...” A partir daí, você estará dominada. Cairá encantada nos braços de Chico e tenha certeza, será devorada por aquele sorriso charmoso.

Se alguns dias depois, ele falar que compôs algo pra você “Ai Chico! Não acredito, só você mesmo”, saiba, a senhorita foi uma impecável fera na cama e esses tipos de dotes, Chico sabe valorizar.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Tara de um Amor Inabalavel (CRÉU)



Clara Nunes...
Levantou naquela terça-feira,
em chamas.

Tinha resolvido mudar de vida,
você sabe,
arrumar um homem,

se satisfazer sexualmente.
Ela queria amor.

Batom,
perfume vaginal
e um decote matador,
ela estava demais.

Clara Nunes...
Prestes a se apoderar daquela noite,
essa,
toda regada de prazeres libidinais.

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Rafael Arthur...
Tinha decidido,
iria abandonar toda a sua coleção de filmes pornográficos, (asiáticos)
e arrumar uma mulher
mas tinha que ser gostosa,
tinha que ser boa de cama.

Rafael Arthur...
Empresário de sucesso no ramo imobiliário,
um tremendo taradão!

Mas,
esse tipo de vida cansa
e ele,
como Clara Nunes,
também queria se apaixonar.

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A noite prometia ser infernal,
endiabrada, inesquecivelmente bêbada,
maltrapilha e maltratada,
do jeito que qualquer safado ou safada alcoolizada gostaria de ter.


Rafael,
se apoderou do mais românticos desejos,
puros
e Clara Nunes era uma gata apaixonada.


Ele,
entra no bar,
assim, como quem não quer nada,
esperando um olhar sedento de prazer convidativo.
Ela,
logo sente cheiro da mais adorável sacanagem fervorosa.
Olhares encontram-se,
sugam-se,
dominam-se.

A partir de agora,
Clara Nunes pertence a Rafael
e Rafael pertence a Clara Nunes.
Nós amamos todos vocês...

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Alguns anos passaram,
Gabriel e Mariana nasceram,
gêmeos univitelínios,
ninguém sabe como sobreviveram -
Frutos de um tesão inigualável, espacial,
QUASE CÓSMICO!!!
Um tesão que todos nós aqui presentes
gostaríamos de sentir,
pelo menos uma vez em nossas vidas.

Essa é a canção Tara de um Amor Inabalável CRÉU. Uma epopéia pouco formal, onde duas almas sedentas por comunicação sexual saudável, encontram e perdem-se dentro do maravilhoso pecado, que é o amor.

Até a próxima...


quinta-feira, 23 de julho de 2009

Prefácio da canção Tara de um Amor Inabalável CRÉU!


(Marcha Militar)

“Atenção!”

(A marcha silencia)


“Sentido!”

O major Deodoro da Fonseca proclamou a República, mas tomou um tremendo nabo...No cu.


Foi pra casa, com dor de cabeça e em outras partes do corpo, pensando “É Major...Dessa vez o senhor de fudeu!”.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Façanhas Cubanas III - SELVAGERISMO PLENO



Em Cuba, até certo ponto, é possível considerar-se um cidadão respeitável. Mas quando as contas de quantos dias sem dormir por mais de três abençoadas horas já nem existem mais, a alimentação há muito, já deixou de ser algo importante e seu psicológico, completamente abalado por fatores aterradores que vão desde cubanos canibais te esperando aos montes na saída da rodoviária para tentar arrancar algum dinheiro de você, até produtos maldosos da sua própria mente como imaginar a todo o momento que você perdeu seu passaporte e ficará preso naquela ilha macabra e deliciosa para sempre e mesmo assim, resolve sentar em um bar rodeado do pandemônio viral, de toda aquela música de Santiago causadora de emoções lisérgicas, é o mesmo que mandar pelo ralo todas os princípios morais que carregava até então. É nesse momento que perdem-se da sua alma os valores que pais e mães tentaram te passar durante anos.

A partir daí, você não está mais no controle, muito menos é alguém digno de alguma afeição humana, a menos que ela venha de alguém tão deprimente quanto você – ao resolver perder-se nas cervejas tenha certeza que terá companhia.

Não será preciso muito mais que três latas. É impressionante a potência que essa bebida tem quando não nos encontramos nos nossos melhores dias. Tudo se resumirá em sorrisos avantajados e cenas deploráveis, depois disso, haverá tropeços em seus próprios pés, o que o obrigará a andar de quatro pelas ruas – aposto que se você achava que merecia algum respeito, não acha mais, certo!? – o melhor é fingir que está pegando algo no chão, mas o mais importante ainda será manter-se sempre sorrindo. O calor úmido, tremendo adversário em todas as nossas façanhas, só tornará tudo menos bonito. Em dado momento abrir os olhos será impossível, sem preocupações, isso nem será notado por você. Mas encontre sua consciência bem lá no fundo do seu fajuto e nada em ordem eu-interior para não começar a sair dançando de cueca pela casa em que estará hospedado. Mesmo sendo algo tentador isso não é um costume em Cuba.

Planeje tudo para viajar no mesmo dia. A atmosfera frígida do ônibus acalmará essa primitividade nada enlouquente e nada cativante e em pouco tempo você já terá alcançado os céus no meio de um pesado sono todo cheio de roncos satisfeitos.

O verdadeiro terror começará quando acordar...


quinta-feira, 9 de julho de 2009

Façanhas Cubanas II - A PEREGRINAÇÃO



Steven Seagal interpretando o mesmo policial renegado durão tímido e mortal de sempre, que ainda encontra dificuldade para falar sobre amor, enfrentando dente por dente a máfia russa de prostituição infantil, era tudo que eu precisava para aquela viajem de 12 horas que estava por vir, de Trinidad a Santiago de Cuba. O carregador de malas confundiu-se com nossos bilhetes – devíamos estar realmente loucos para tentar fazer uma peregrinação daquele porte, por selvas socialistas pouco desbravadas. Não sabíamos o que esperar, mas havíamos decido: estamos nessa até o fim.


É preciso muita fibra para fazer o que Seagal estava prestar a começar. Os russos são da pesada, cheios de olhares secos nórdicos e bafos de vodka, eles não brincam em serviço. Russos carnívoros, esses sim, são os mais inescrupulosos.


Cuidado Seagal! O senhor deve saber, suas andanças pelos territórios dos delinqüentes asquerosos hollywoodianos são lendários, mas lembre-se, e isso é quase uma súplica que faço, aprenda ballet. Os russos não agüentam, pedem misericórdia a quem quer que seja e no final, se é que sobrevivem ao processo, estão acabados – dados por vencidos, como pobres coitados. Se de Trinidad há Santiago são 12 horas, dou-lhe a metade da metade disso para que esses porcos louros aproveitadores de criancinhas estejam agonizando. Não! Faça pior que isso.


Pela seriedade com que mergulhei na fantasia do filme pude ter certeza que minha capacidade de fazer qualquer juízo de valor, de ética, de bom senso e de quaisquer outros pontos importantes para poder considerar-me um cidadão respeitável estavam abalados. Não que já não estivessem antes, mas essa completa falta de equilíbrio me colocava em uma posição de total falta de controle e total falta de controle em situações onde russos malditos estão a espreita não é algo que alguém realmente preocupado com boas maneiras e estabilidade mental preze.

Ao desembarcarmos em Santiago de Cuba, tomou forma sobre nós uma cena psicodélica, mas não hamorniosamente psicodélica como dançar tango peladão e alucidado com sua donzela amada, mas psicodélica a ponto de fazer muito mal ao estomago. Um taxista e seus pelos do peito, das costas e do pescoço saindo pra fora de sua camisa regada apertadinha, o que deixava tudo mais glamouroso, pois ele era um tremendo gordinho, nos arrastou para seu táxi. Uma banheira velha que nem sei como as portas abriam ou ainda estavam lá e falou que nos levaria a casa em que ficaríamos hospedados, mas antes, é claro, ele teria o maior prazer de levar-nos à sua própria casa e talvez pudéssemos decidir ficar por lá e ao mesmo tempo em que falava, ligou em volumes colossais uma dance music que me parecia ser de meados da década de 90, um período bem negro. Nesse momento quase perdi as esperanças. O tranqüilizador pensamento de que em Cuba não há armas e ninguém fará mal físico a você desapareceram. O calor úmido, vetor de todo o suor, em nada floriam a situação em si.

O mais incrível de toda a travessia foi chegarmos a salvo em uma casa rodeada por uma atmosfera familiar incrível, com duas crianças completamente angelicais, de sorrisos encantadores, o que me fez, pela primeira vez na vida, pensar que a possibilidade de me casar e ter filhos poderá soar um pouco atrativa algum dia.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Façanhas Cubanas I - EXPLORADOS



“É o seu cinto, tire-o”.O vigilante latino não mediu as palavras, palavras ásperas, pouco sensíveis e duras e que soavam mais como ordens, nenhum pouco flexíveis, nas quais meu camarada, sujeito digno, um cidadão respeitável, obedeceu com o olhar de quem sabe que aquele será um longo dia e as opções não são nada muito divinas. Amaldiçoamos toda tecnologia e lentos processos nos rodeando e embarcamos.

Pense o que quiser, um vôo de Belo Horizonte ao Panamá, saindo ás 4:28 da manha ainda sim é muito suspeito. Tentava refletir sobre isso, mas eis que surge Rosa. Bela Rosa! Panamenha, graciosa como mel e tequila em noites vivas estreladas. A aeromoça que qualquer rapaz em busca de aventuras e façanhas lendárias sonharia em fugir junto. Rosa, você ficará para sempre em mim. Eu e você, você com castanholas apaixonantes, tornaremos real aquilo que os cristãos chamam de amar verdadeiramente até que a morte nos separe. Sim Rosa, você terá as mais fervorosas alegrias...


No vôo, tentando explicar a minha mente que aquela atmosfera selvagem não era digna de preocupação e estava tudo bem com o piloto, mesmo se ele tivesse uma vida inútil e soubesse disso, botar aquela maquina voadora abaixo matando todo mundo, só pelo motivo de ter tido um dia pior que o normal, não aconteceria. O rapaz com certeza tinha ética profissional, imaginei. Mas experimentos recentes ligados a praticas espirituais pouco convencionais impossibilitavam minha mente de encontrar algum bom-senso em algum lugar.


Meu camarada, também alucinado por Rosa, todos exalavam desejos por ela, já tinha partido para generosas doses de wiskey puro. Dava para ver, a grande altitude e o álcool causavam um efeito nele. Tudo que falava era acompanhado de largos sorrisos e expressões abstratas. Pensei em começar a beber, mas o medo de que as coisas tomassem um rumo ainda mais excêntrico me segurou. Tomar uns tragos naquela situação, no meio de um vôo que poderia muito bem ser uma farsa, acabaria criando um tipo de paranóia, na qual venho tentando evitar desde das noites asquerosas, perdido no meio de cidades, onde a principal atração turística são seres cabeçudos verdes pouco humanos – você sabe que não tem escapatória, mas o que faz tudo desabar mesmo, é saber que não tem para onde ir se algo começar a pegar fogo, ou se animais selvagens resolverem dar as caras.


NÃO É POSSÍVEL COMPRAR CHAPÉU PANAMÁ NO AEROPORTO DO PANAMÁ. Isso quebra qualquer caneta.

Se alguém sabe o que é terror paranóico seguido de doses cavalares da certeza de que o pior vai acontecer, então entenderá o que senti na primeira experiência social em Havana. Eu e meu camarada, dois joviais e bem humorados rapazes, sorridentes e entorpecidos por testosterona, pessoas inofensivas, esperávamos para passar pela imigração cubana.

“Raul, Gregorio, vocês vem de Belo Horizonte, não é mesmo?” – isso em um espanhol autoritário que não deixa ninguém à vontade, ainda mais quando é alguém armado usando-o. Como ele sabia tudo aquilo?

“Vocês vão para as Bahamas?” – QUE? Pra onde? Aquilo já estava indo longe demais. Eu estava errado, ainda ia mais longe.

”Raul, você tem família nos Estados Unidos? Morou lá quanto tempo?” Sempre dávamos as explicações mais sinceras possíveis.

”Vocês vão para as Bahamas?” Repetia as mesmas perguntas todo o momento e nós já havíamos respondido em inglês, espanhol e português.

”Você tem família nos Estados Unidos, Raul?” – Ele não desistia. Vigilante durão.

”Bem vindos a Cuba!” – De repente ele vai embora. E eu tinha a certeza de estar sendo muito bem vindo.

PORRA! Venho dar uma forcinha pro comunismo, saber qual é, ver as atmosferas sociais desse lugar, e me tratam assim? Bem vindo a Cuba. Muito bem vindo a cuba, senhor cubano vigilante policial durão, usando táticas de questionamento nada encantadoras, que fariam qualquer um cair em plena desgraça emocional, colocando em meu espírito um terror absolutamente devastador para minha pobre alma, que já é paranóica o bastante por si só e deixando meu corpo em um tremedeira, que para passar pela imigração, eu agia de forma tão amedrontada e pouco convencional que tinha certeza: não deixariam entrar no país um ser com modos e ações tão fora da realidade, um indivíduo nenhum pouco senhor de si como eu parecia no momento.

A partir dali, minha consciência tornou-se hesitante e eu começava a ficar preocupado. Bem, aqui o barato não é a liberdade, estamos em uma ditadura, se quiserem enfiar meu rabo em uma prisão sem ter que respeitar nada, eles podem e nada os impedirá de fazer isso. – Algum tempo depois, conversando, discutindo e lendo, deixei essa preocupação de lado e comecei a pensar que a onda não é tão pesada assim. E realmente não é.

Mas esse pensamento tomou conta de mim nas primeiras horas em Cuba. Do aeroporto até onde dormiríamos, juro que tentava, mas não conseguia refletir e nem ter primeiras impressões sobre Havana, imagens, prédio, pessoas, mar, Malecón, nenhuma idéia inicial. Passei boa parte da viajem pelo ar lembrando-me de ver se o outdoor com Ho Chi Min proclamando fazer um Vietnã 10.000 (???) vezes melhor ainda existia por lá, perto do aeroporto. Nem lembrei – o outdoor não está mais lá, Fernando Morais, na última edição do interessante livro “A Ilha”, afirma isso.

Tudo aquilo com o vigilante cubano armado foi um trauma muito pesado. Para uma recuperação digna seria preciso muito RUM...e garotas encantadoras.



segunda-feira, 6 de julho de 2009




Meu cérebro já se encontrava corroido demais na busca por pontos mais interessantes, que seriam tão inúteis como os de agora, caso fossem encontrados.
A coragem veio - UFÁ! A safada costuma me abandonar nesses momentos cuidadosos em que se você não tem coragem, nada toma forma - perguntei:
Qual o seu lugar favorito para fazer amor?
"Qualquer um, desde que seja com a pessoa que se ame."

Nunca mais nos vimos.
E eu até que gostava um pouco dela.



They all come from Alabama
thousand and thousand bottles of wine
And I paying for that...
Its not a party
Its my dying day
(barato é rápido e a vida é loka)
Quem perdoa?