sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Ela III

Para aqueles tempos, uma verdadeira dama não devia andar por aí com olhos tão verdadeiros. E bem no fundo, ela sabia disso. Tentou ser igual as outras; vestia-se bem, tocava piano fingindo algum amor; tinha os gestos, as caras, os trejeitos necessários.

Perdeu boa parte da alma para ser uma donzela descente. Mas seus olhos...Vivos demais, sinceros, tinham um brilho muito verdadeiro para aquilo tudo.

Pensou em arrancá-los. Mas dilacerar o que restava da própria dignidade, ela não agüentaria.

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