quarta-feira, 11 de março de 2009

The .357 String Band - Não é bem o bluegrass do seu vôvo, é STREETGRASS!!!




“Eles estavam tocando bluegras” a velhinha disse.

“Bluegrass não é o que chamaria isso” o velhinho respondeu.

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Dentre todas as gangues malvadas das quais fui membro, nunca pensei que encontraria, logo em Milwaukee (Wisconsin), rapazes tão durões quanto aqueles. Eram apenas quatro e não tinham caras de genros bonzinhos. Isso mesmo, queridinha. Sua mamãe não gostaria de conhece-los. O tipo de pessoas que as outras chamam de má companhia. Tatuagens – tatuagens de macho – botinas que rosto algum iria esquecer se as encontrasse pelo caminho, camisas pretas ou de caminhoneiro, e o principal, nada de sorrisos marotos. Foras-da-lei cheios de classe. É isso o que eram.


Não foi me dito seus nomes. Era parte do código das gangues daquela época – hoje em dia, não acredito que ainda haja esse tipo de coisa. Também, nunca disse o meu a eles, mas caso tivessem perguntado, diria que era Motoqueiro Fantasma, ou Jimi Hendrix. Mesmo assim, passamos pelos melhores momentos que cinco lunáticos, apaixonados por vacas, bacalhaus e sucos psicodélicos, poderiam ter passado.


Cowboys, hippies, palhaços pouco engraçados, mulheres da vida, palhaços realmente engraçados, punks de verdade, motoqueiros, garçonetes rechonchudas, belas garçonetes, todo o tipo de gente bêbada, encontramos todos esse pessoal barra pesada pelo caminho. Fizemos boas amizades. Cheguei a me casar com três garotas diferentes, já casadas, ao mesmo tempo. Uma noite, em uma encruzilhada, demos carona a um tal de Johnson. Apesar de calado, era um bom rapaz. Posso dizer também, que tocava o Blues como ninguém. Nenhum de nós soube dizer, de que maneira ele tirava aquele som de um violão tão estragado. Infelizmente, o bluesman desapareceu na manha seguinte. E nunca mais ouvimos falar dele.


O que nos manteve vivos nesta odisséia, foi o que meus amigos chamavam de AMPHETAMINE-FUELED STREETGRASS. Não! Não era um novo tipo de droga e sim, o som da banda daqueles quatro, chamada The .357 String Band. Uma espécie de bluegrass acelerado. Algo como um punk, cheio de anfetaminas na cabeça, vestido de cowboy e surrando um banjo a toda velocidade, ao mesmo tempo em que canta chapadão. Sendo que, vez ou outra misturava algumas viagens interessantes, mas nunca esquecendo de tocar o bom e velho bluegrass.


Nas músicas Little Black Train of Death e Fire & Hail, pude ver do que a banda era realmente feita. O bluegrass clássico, acompanhado pela linda voz de uma das moças com que me casei durante a viagem, na música Hold Me Tight, fez com que eu acreditasse, por alguns instantes, que eles poderiam ser seres com corações de verdade. E Blackship foi feita em dos raros momentos que estávamos acordados, sem o efeito daqueles comprimidinhos azuis, o que gerou algo bem diferente do que havíamos previsto.


Depois disso, nunca mais vi aqueles quatro foras-da-lei. Espero que não estejam presos...



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Download álbum Fire & Hail (http://ww.mediafire.com/download.php?sjjsxjn3ehg)



1 - Little Black Train Of Death

2 - Fire & Hail

3 - One More Round

4 - Cluck Ol' Hen

5 - Black River Blues

6 - Down On A Bender

7 - Glory, Amen

8 - Holy Water

9 - I'm Gone

10 - Hold Me Tight

11 - Darleen

12 - Long Put Down That Gospel

13 - Two White Horses

14 - Rollin' Down The Track

15 - Blackship


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