sexta-feira, 24 de abril de 2009

Lembro de tudo. Menos do título...



Juro que vim aqui pegar algo. QUE OS CÉUS CAIAM SOBRE MIM, SE ISSO FOR CALÚNIA. Lembro de tantas coisas. Aquelas lembranças que há cinco segundos atrás, não estavam em lugar algum, mas agora estão. Elas bem que podiam estar nas Bahamas, procurando o que fazer. Mas não, estão aqui e parecem gargalhar ao me verem desnorteado, a ponto de não lembrar o que vim pegar por aqui. Do quarto até a sala, são três passos e meio, direita, esquerda, direita esquerda, direita esquerda e direita. Não sei bem quantas sinapses nervosas, mas deve estar na casa dos milhões. Há seis, quer dizer, há quatro segundos atrás, eu sabia exatamente o que queria. Agora não sei mais. Era algo simples: pensar na necessidade de pegar algo em outro cômodo (idéia que surge da própria necessidade de pegar algo no outro cômodo), locomover para o outro cômodo (isso pode ser feito em pouquíssimo tempo por nós) e pegar o safado – caso eu lembrasse o que era. “Que isso gente! Acontece com todo mundo. Não se preocupe”. Bom, morrer, também acontece com todo mundo e eu me preocupo. Minhas preocupações: amor, sexo e morte. Mas agora, tenho de me preocupar com esquecimentos pouco imaginativos como esses. Se pelo menos tivessem me deixado umas sanfonas e uns violinos. Aí seria esquecimento com música psicodélica.

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